Um edifício despe-se como noiva despudorada. Outro, de burka, oculta-se,
recatado. Cada véu cria uma cápsula do tempo translúcida que embalsama a
múmia arruinada ou encasula a borboleta colorida. Os prédios trocam de
pele. O vento roça-lhe as faces. A cidade enfunada navega não se sabe
bem para onde. E nós com ela.
Mauricio Lissovsky